MATA VIRGEM

A Mata Virgem manifesta com fidelidade genuína a matriz original da vida terrena. Nela podemos ler a história da evolução dos reinos (mineral, vegetal e animal, e os reinos intermediários) e neles nos espelhar no resgate da nossa própria matriz.

As forças que interagem dentro da floresta são direcionadas por um instinto muito primitivo e por ele regem esse reinado, onde muitos seres nascem, crescem e morrem, nas contínuas experimentações da ciência divina da formação das almas. É como se esses santuários fossem laboratórios onde os seres divinos trabalham amparados pelo poderoso campo energético criado pelas infinitas formas de vida que o habitam, bem como pelas irradiações cósmicas que são atraídas por esse campo. E ali mesmo interagem, se desdobram e se transmutam, elementos e elementais que estão ligados com tudo que se processa sobre o planeta e sua humanidade.

As flores que desabrocham nas matas virgens vem carregadas deste instinto primitivo que, ao penetrar o campo de consciência humano podem acionar mecanismos internos originais que se acham desativados justamente pela falta de convívio com a Natureza. E, ao serem ativados esses mecanismos internos, a ordem natural começa lentamente a assumir o seu lugar na vida externa. E o que é a ordem natural senão paz, saúde, harmonia e equilíbrio, que levam os seres à evolução?

As flores da Mata Virgem atuam sobre padrões originais do ser humano, reequilibrando-os ou despertando-os para uma vivência interna mais consciente do próprio eu.
Dentro das subdivisões desta classificação, as flores vão atuar em diferentes níveis, porém sempre trazendo a lembrança da origem, dos ciclos, das leis intrínsecas que estão registradas no íntimo do ser humano, e desta forma vão transformando gradativamente os níveis externos de comportamento, onde se refletem os bloqueios internos da energia original.

Estas flores trabalham com os distúrbios do relacionamento do eu externo com o eu interno, original, ou seja, as transgreções das leis que estão registradas no íntimo da consciência. São essas essências que podem penetrar as câmaras inconscientes e dali proceder, de acordo com a virtude específica de cada flor, e também conforme a capacidade receptiva da consciência humana, que está submetendo-se à terapia floral.

Castanheira (Bertholletia excelcia)

Grandes Árvores

Flores da classificação:

Andiroba, Castanheira, Marupá Branco, Mulateiro, Pau D’arco Roxo, Pequiarana da Várzea, Pétala de Mamãe Velha, Vaso Perfumoso.

Firmes sobre o chão, raízes bem assentadas, silenciosas, elas se elevam no rumo dos céus como um caminho certo e, à luz do Sol nas alturas, expandem seu ser mostrando-se a Deus em ramos e flores, como um espelho onde o Criador se vê e, através dessa imagem, respira toda a Criação. O dizer do mundo diz: A Amazônia é o pulmão da Terra. As grandes árvores confirmam essa verdade espiritual, pois elas são o respiradouro para os espíritos que se encontram encarnados neste chão. Através delas é possível a conexão com o espírito superior, o brilho e a leveza do mundo elevado.

Por outro lado, elas, depositárias da Grande Sabedoria, salvaguardam sobre a terra um espaço onde podem reunir a verdade da sabedoria, em atitude de gratidão e reconhecimento à terra que nutre suas gigantescas matérias. Elas são a sombra que preserva a humanidade e suas folhas e galhos velhos, em derrama natural, produzem o húmus que fertiliza a terra para alimentar inúmeras qualidades de formas de vida, em diversidades de planos e funções que compõem este reinado de harmonia. Sua grandeza não se engrandece, mas apenas enaltece o Criador. Elas ensinam o recato do poder e a dadivosidade emana delas como um poderoso ensinamento da sabedoria.

Os cipós se enlaçam e sobem por elas para alcançar o mundo elevado. Matinhos e orquídeas se alimentam de sua seiva, bromélias se hospedam em seus ramos e troncos, plantinhas delicadas se abastecem de sua proteção, suas resinas defendem contra os males físicos e espirituais. Majestosas e silenciosas, elas sustentam tanta vida e a oferecem à humanidade como um presente de Deus.

Depois de uma vida secular, seus velhos troncos caem sobre a terra com grande estrondo pela ação do vento, dos raios ou das grandes chuvas. Sobre a terra, já mortas, elas se transformarão no alimento da fecundidade. Sobre seus troncos em decomposição muitas pequenas formas de vida, inflorescências e animaizinhos proliferarão e se nutrirão.

Humilde e misericordiosamente, como uma mãe que doa sua vida pelos filhos, elas se rendem aos seres humanos que as derrubam e se transformam em abrigos para estes, em suas moradas, conforto e calor para aquecê-los e preparar seus alimentos. Elas expressam na Terra toda a generosidade do Criador e fornecem a estrutura para o alcance da comunicação com a sabedoria que as gerou.

O mundo das grandes árvores é o mundo das grandes antenas que captam energias mais elevadas para a terra e seus seres. São elementais mais evoluídos e transmitem à humanidade noções de vidas passadas e internas. Possuem registros de muito tempo e desenvolvem ideias elevadas, respeito e sabedoria.

Seus campos de consciência irradiam a grandes distâncias e podem canalizar energias cósmicas e transmutá-las em favor de todos os seres que fazem, juntos, essa jornada na Terra. São as primeiras a receber os elementos sutis dos astros. Também são delas as raízes mais profundas que penetram na terra, absorvendo as transformações do fogo interno do planeta e transformando-o finalmente em finíssimas flores, devolvendo ao espaço a energia que ela recebe em contínuos e rítmicos ciclos.

Esta profundidade vertical de contínua troca está presente nas essências das flores das grandes árvores. Elas podem estabelecer as conexões íntimas do ser humano em seus abismos profundos e nas suas altíssimas montanhas.

As grandes árvores possuem em seus registros conhecimentos que lhes permitem transmutar o fogo mais interno e conectá-lo com os céus mais elevados, bem como de receber e transmutar substâncias sutis para serem absorvidas pela terra e as águas, até alcançar o fogo interno e retornar ao céu.

Todas as plantas que estão abaixo das grandes árvores recebem as energias, tanto dos astros quanto do centro da Terra, com menor intensidade, de acordo com o seu tamanho. De modo que as grandes árvores são aquelas que ligam os dois opostos. São as que canalizam e dominam as forças mais sutis e as mais primitivas.
Em todos os lugares em que as grandes árvores foram eliminadas esta energia não pode beneficiar os seres de forma natural e permanece inativa, se tornando até um peso na atmosfera, provocando diversos desequilíbrios no clima, nas marés, nas estações, na camada de ozônio, etc.

Na terapia com as essências florais das grandes árvores, vamos encontrar a presença dessa natureza manifesta como padrão de saúde através da comunicação ou interação dos seus elementos. As flores das grandes árvores trabalham desde o desabrochar até a conclusão dos ciclos, seja num processo de limpeza, regeneração, proteção, agregação, entre outros, agindo nos planos mais profundos da consciência.
As essências das grande árvores geralmente são usados em associação com outras, mas tem grande valor e equilíbrio isoladamente, pois trabalham a unidade no ser humano.

Cipós

Flores da classificação:

Brinco de Princesa da Mata, Cipó Imbé, Cipó Imperial, Cocar da Jurema, Flor Boa, Jagube, Maracujá Vermelho e Trepadeira Amarela.

Jagube (Banisteriopsis caapi)

“Eu sou a energia que comunica a terra e o céu, o céu e a terra. Ora me despenco do alto como uma mão estendida, ora me alço da terra em escalada certeira.”

Esta foi uma mensagem captada de um elemental do cipó, a qual nos esclarece sobre a natureza das virtudes que estão contidas nestes vegetais.

Os cipós representam a malha sustentadora da estrutura da floresta, pois eles necessitam das grandes árvores para subir e são, entretanto, a firmeza, a garantia de sua longevidade. Do alto despenca o cipó no rumo da terra e ela se lhe oferece para deitar e fixar novas raízes, sintetizando assim, o sentido que seu elemento percorre.
Transpor barreiras, evoluir, ascender, elevar seu portal, iniciar novas semeaduras – tudo isso ensina o cipó. Ele aciona o fluxo das energias e conecta os canais de comunicação. Todos os meridianos podem ser beneficiados nesta limpeza e renovação energética. Do físico ao emocional, ao mental, ao sutil e, de volta, ao plano terra. O cipó promove a mudança rápida para outro quadro, renova as energias, rompe obstruções revitalizando os canais por onde sua energia percorre. Esse sistema nervoso conduz certa eletricidade que vivifica a energia das outras plantas, tornando-as mais ativas em seus princípios elementais.

Suas formas criam ambientes especiais de irradiação que são habitadas por elementais mais evoluídos. Revelam ideias de tempo e continuidade, noções de espaço, fluxo e troca de energias. Os elementais dos cipós relacionam-se às serpentes do reino animal e reproduzem suas formas e movimentos no reino vegetal. Da mesma forma, no ser humano, relacionam-se à sua serpente interna, em seus vários níveis de manifestações. Produzem certo desvencilhar de nós e encontram o fio da meada, que leva a um desdobramento mais firme e à possibilidade de alcançar uma sabedoria natural do tempo.

Muitas plantas que numa clareira são arbustos, na mata cerrada se transformam em cipós, para galgar as copas das árvores, onde desfrutarão da claridade do céu aberto para expandir suas ramagens. Sua energia será diferente em cada caso, pois se adicionará às suas naturais características e propriedades, a força do cipó, quando tiver assumido esta forma.

Observando o conjunto dos vegetais vê-se claramente que o cipó é o que possui mais liberdade de movimento e formas. Nenhum outro vegetal tem a possibilidade de mover-se como ele, cedendo a todos os impulsos que surgirem e percorrendo grandes distâncias dentro de uma floresta, enroscando-se na copa e nos troncos das árvores. As flores dos cipós expressam sua essência com a perfeição de toda a obra da natureza, esgotando o anseio de liberdade na sua forma mais sublime, pois transformam grandes torrentes de força em graciosas e humildes pétalas.

Suas essências florais sempre indicam movimentos de forças que resultam em crescimento e evolução.

Concha Lilás

Arbustos

Flores da classificação:

Benguê, Campainha, Concha Lilás, Flor de Nanã, Helicônia, João Brandim, Lilás da Mata, Mimo, Rainha, Rutinha, Xangô da Mata.

Quando a energia celeste atinge os arbustos e subarbustos, já passou pela transmutação dos andares superiores. A energia torna-se diferenciada em outras escalas e há uma grande expansão de formas e possibilidades que são atribuídas a todos os seres circundantes. Dentro da floresta estão mais próximas do chão e quando recebem a energia do céu, esta já passou por andares superiores da floresta e já vem carregada de mais elementos telúricos.

Os corpos vegetais dessas plantas trazem sinais do passado e armazenam a capacidade de suportar as transformações. Todos os seres que vêm a esta forma física que vemos com os olhos estão imbuídos da transformação necessária e contínua que é sinônimo de vida e sobrevivência. Mas em cada ser existe uma capacidade diferente de sustentar o processo de transformação da vida. Estas plantas que mencionamos aqui, formam a base de sustentação, atuando conjuntamente com as raízes de todas as árvores da floresta. Elas ajudam a suportar, nos planos mais densos, a transformação que vem dos planos mais elevados.

Ao interagirem na dinâmica interna do homem, esses elementais podem descortinar novos campos de compreensão que, certamente, trarão solução para algumas questões que pareciam insolúveis. Como se abrissem novos compartimentos na mente. Isso se torna mais possível pelo fato delas habitarem a mesma esfera de energia do ser humano, imediatamente sobre o solo terreno amplamente magnetizado pelas forças telúricas.

Quando os seres da floresta entram em contato com o ser humano pela Elementoterapia, cada um sabe encontrar seu próprio lugar. O lugar dos arbustos e subarbustos é próximo da terra, na base de sustentação do ser como matéria no corpo físico e como alma vivente, com mente e coração. Se as raízes ficarem desprotegidas, as grandes árvores não sobreviverão e, facilmente, serão carregadas pelos ventos. Isto se refere ao ser humano também, tanto internamente como coletivamente.

O mundo dos arbustos e subarbustos é um mundo de formas definidas com acesso às pessoas. É uma linguagem mais clara para analisar questões particulares. Eles refletem no campo humano a visão lúcida da manifestação de saúde ao alcance imediato do ser. Seus efeitos são rápidos e facilmente identificados e processados.

Epífitas

Flores da classificação:

Bromélia, Pingo do Céu e Sininho.

Pingo do Céu

As epífitas vivem num plano intermediário e criam seus mundos com todos os ambientes necessários para o equilíbrio. Os seres que neles vivem possuem a capacidade de coligação e integração entre os diferentes habitantes do mesmo espaço.

Nas matas, são pequeninas ou grandes, mas nem todas podem habitar o rés do chão, dada a natureza de sua função no conjunto. Trabalham na estabilização de um ecossistema. Interagindo com os insetos, elas vão polarizar forças apontando para a sutilização. Assim, elas vão afinar a densidade no processo de ascensão, pois estão situadas no ponto da primeira mudança de degrau no processo de transmutação da densidade, da superação através dos planos.

As epífitas usam de pousos naturais, as árvores, como apoio para trabalhar como antenas captadoras de sons que chegam do alto. Deste modo, captam vibrações superiores, sobre a organização do plano subsequente. Por serem hóspedes, necessitam polarizar a harmonia para irradiar mensagens da ordenação dos elementos do ar. Elas são de economia simples, de pouca energia fazem uso proveitoso, ajustando os excessos para avançar mais. Absorvem mais energia cósmica do que telúrica e servem de balizas que promovem mais um nível de transformação, antes de alcançar o chão.

Nas pessoas, trabalham no processo de integração ou reintegração interna, no reconhecimento de todos os elementos que compõem o mundo interior e sua harmonização. Trabalham no corpo mental direcionando metas na movimentação do plano astral.

O mundo das bromélias é um mundo dinâmico de comunicação que conecta os vários setores carentes da floresta. Sua energia, no interior do ser humano, ajuda a integrar para que se abra outro nível de consciência, mais claro e dinâmico. Podem nos ensinar a abrir nossos canais de captação de energia celeste, a memória de uma origem superior. Fornecem um reforço de energia vital que irriga beneficamente o ser.

A posição das epífitas no reino vegetal é das mais importantes, pois possuem capacidade maior de transformar e armazenar energias cósmicas, sobretudo de origem mais elevada, motivo pelo qual suas flores são muito formosas, únicas e raras, o que as torna cobiçadas pelos admiradores do reino vegetal.

Com esta qualidade, as essências florais das epífitas são particularmente sutis e atingem os seres humanos em seus redutos mais íntimos, atenuando cargas e transformando o que poderia ser um grande sofrimento, numa lição de vida claramente compreendida. Sua capacidade de compreensão é notável, uma vez que não dão chance ao emaranhado mental, mas ativam diretamente os centros psíquicos superiores, os quais alimentam o mundo inferior com substâncias mais refinadas.

Não são em todas as áreas da floresta que se encontram as epífitas, mas seu hábitat geralmente é de difícil acesso aos seres humanos, pois não estão à disposição de interferências desse tipo. Para alcançá-las precisa-se de muito respeito e consideração, e para relacionar-se com seus elementos há de atravessar as barreiras que criam para a defesa desse importante mundo do reino vegetal.

Clysthium

Fungos

Flores da classificação:

Balum, Clysthium, Flor de Pau Amarela, Garrafinha, Hipolila e Pantelini.

A vida do reino dos cogumelos ou fungos não é a mesma do reino vegetal, mas sim, uma intermediária entre os reinos vegetal e animal. É quase uma secreção da terra, ou de outras matérias vegetais ou minerais. É uma expansão de energia que brota diretamente dos estados de transmutação de substâncias.

Toda vida natural transpira e excreta este tipo de formação de vida. Apenas onde não há natureza viva, não existem fungos. Este reino encerra em si a chave do mistério intrínseco da relação espírito-matéria-espírito. Quando este ciclo é contínuo, as transmutações se sucedem: em cima e embaixo; a terra e o fogo; o espírito e a matéria.

O comando da vida dos fungos está no propósito da transmutação. São formas de vida que servem de veículo quando uma substância passa de um estado a outro na natureza. A força original desses seres está nas combinações do elemento água com as substâncias circundantes, que lhes confere os atributos de sua forma física, modelada segundo a expansão da semente de vida que se desprende da substância em putrefação, para evoluir para outro estado. Dessa forma atuam esses pequenos seres, garantindo que a ordem da natureza seja mantida e assim, eternamente, a vida se transforma e se preserva.

Neste ponto de sua transformação a vida dos fungos também está sendo submetida ao estado de essência floral, ou mais uma consciência desse repertório, que não é propriamente uma flor, mas também a consideramos assim, como uma flor do pau, ou da terra, ou da vida mesma. O desprender do elemental de sua forma física o torna dinâmico e positivo, quando entra em contato com o campo energético humano. Dessa forma, passa a atuar de acordo com sua espiral de energia que determina seu campo de ação dentro dos processos internos de transformação do ser humano.

Este pequeno grupo de representantes deste reino no nosso sistema nos levará, com certeza, a uma nova expansão de conhecimento do mundo elemental e, consequentemente, do ser humano.