História

Maria Alice

O Sistema Florais da Amazônia nasceu em 1994, na noite de lua cheia de maio, quando reuniram-se Isabel Barsé, Maria Alice Freire e Marina Ruberti, no Jardim dos Orixás – jardim de plantas medicinais, ornamentais e espécies florestais – na Vila Céu do Mapiá, localizada no meio da floresta. Estas três mulheres tinham caminhadas prévias que se entrelaçavam. Marina, a zeladora do jardim, e Maria Alice construíram juntas aquela área de cultivo. Isabel e Maria Alice eram antigas parceiras no trabalho de terapias com as plantas medicinais. Ambas já tinham suas experiências anteriores com o preparo de florais. E neste momento, se reuniram para pedir licença aos seres guardiões da floresta para adentrar no estudo das flores deste reinado e assumirem um compromisso de se colocar a seu serviço. 

Nesta noite, uma flor estava aberta, plena de exuberância – a Açucena. E ela foi a escolhida para a feitura do floral, que abriu este portal.

A partir daí, o estudo se desenvolveu, entre flores da mata virgem, da capoeira e cultivadas. E a pesquisa passou da sintonia com as flores, à experimentação, comprovando os resultados terapêuticos satisfatórios e trazendo confiança para seguir em frente. A pesquisa não seguia um método específico. As pesquisadoras, ambas idealistas e sensitivas, cada uma a seu modo, obtiveram a permissão necessária para penetrar nos portais encantados da floresta, passando de observadoras a observadas e, dentro desse mistério, as flores encontraram um campo seguro para enviar suas mensagens, que até hoje são a marca principal e ponto de partida da pesquisa dos Florais da Amazônia.

Em 1996, o sistema já contava com 36 flores compiladas. Foi quando ocorreu o primeiro contato com o público de fora da floresta, que revelou a necessidade de decodificação da linguagem até então apresentada, para que o Sistema pudesse se fazer entender de forma mais ampla. Surgiu o momento da sistematização e da adaptação da linguagem. Sem conseguir se situar dentro de uma ótica que relacionava as flores a sintomas de desequilíbrios, foi dentro da floresta que se revelou a Classificação pela Ordem da Natureza, que norteou o seguimento dos estudos.

Foi quando se esclareceu que tudo já estava classificado na natureza; às pesquisadoras coube a tarefa de decodificar esta ordem dentro do foco terapêutico.

A partir daí, a pesquisa se aprofundou cada vez mais, o repertório foi crescendo e as mensagens foram fazendo cada vez mais sentido. A cada viagem e a cada curso as pesquisadoras escalavam mais um degrau na expansão desse conhecimento e na construção de uma estrutura para a apresentação e difusão das essências. Em 1997, com a oficialização do Centro Medicina da Floresta, este se tornou responsável pela produção das essências–mãe dos florais e sua zeladoria. Aí, jovens aprendizes foram educadas e formadas pelas pesquisadoras para desenvolverem esta bela tarefa, que ainda hoje desempenham.

Isabel

Foram muitos os desafios enfrentados para que tudo isso pudesse se desenvolver no meio da floresta. Foi um caminho de superação de dificuldades em termos de recursos materiais e humanos que pudessem também comportar o tipo de compromisso ético assumido pelas pesquisadoras com a própria floresta para que esses conhecimentos pudessem ser transmitidos. Nesta caminhada, também foram muitos os amigos e colaboradores que deram sua contribuição para o crescimento e a expansão desse trabalho. No ano 2000, foi publicada a primeira edição do livro “Florais da Amazônia – O Renascimento da Elementoterapia” (Editora Hércules), fruto de um trabalho todo realizado dentro das matas, em sintonia com esse universo encantado de tantas criaturas e espécies.

Marina

Desta fonte se revelou um conceito amplo de saúde e um propósito maior de auxiliar a humanidade nestes tempos de grandes desafios. Daí pra frente, a pesquisa se desdobrou e multiplicou em novos campos, e o Sistema hoje é reconhecido como um dos principais do Brasil. Fazendo face à esta expansão, em 2016 foi criado o Instituto Floresta Mãe, com a missão de protagonizar a salvaguarda do Sistema Florais da Amazônia, sempre mantendo sua parceria com o Centro Medicina da Floresta. O Instituto está também voltado a nuclear todo o conhecimento relacionado aos Florais da Amazônia, bem como a realizar a formação e certificação de seus difusores e futuros zeladores.