FÓRMULAS DOS ORIXÁS

As fórmulas dos Orixás resultam da forma particular que os Florais da Amazônia têm, de decodificar a linguagem da natureza como expressão de qualidades anímicas. A mitologia dos Orixás é uma herança dos ancestrais. Segundo ela, tudo na natureza manifesta a força criadora do universo, suas diversas faces e atributos divinos. Cada uma delas é um arquétipo, uma referencia original, uma revelação da identidade.

O uso terapêutico destas fórmulas nos impulsiona no sentido da reconexão com nossa identidade profunda, e favorece o auto acolhimento e a auto compreensão.

Oxalá

Flores da classificação:

Mulateiro, Jagube, Pingo do Céu, Sininho, Clysthium, Mimo, Ashra, Cogo Rei, Maracujá Silvestre, Açucena, Algodão Roxo, Gergelim,

Está manifesto no Sol. É ele mesmo a síntese da Divindade, a fonte original do amor e da luz, que se dispersou e distribuiu em diversas faces. Sua cor é o branco e sua vibração é sutil e elevada. Em sua expressão criança é chamado Oxalá Menino e está relacionado à força do Sol Nascente. Seus atributos de luz e amor estão concentrados como energia potencial, bem como em todos os Orixás-Crianças.

Xangô

Flores da classificação:

Trepadeira Amarela, Bromélia, Campainha, João Brandim, Lilás da Mata, Rutinha, Xangô da Mata, Pantelini, Ashra, Jurubeba, Xangozinho da Mata, Amor Agarradinho, Urucum.

Ele simboliza a consciência e a justiça, o verbo divino que expressa as leis que regem e ordenam a Criação. Sua imagem é a pedreira e sua voz é o trovão. Ele está nas pedras e nos cristais. É ele que codifica a mente espiritual, a qual expressa o resultado do amor verdadeiro, justo e consciente. Xangô traz equilíbrio e firmeza.  

Oxóssi

Flores da classificação:

Barba de Bode e Boldo Amazônico.

É o Rei das Matas. Sua força está manifesta nas árvores e nas folhas. Uma das lendas que expressa seu mistério, conta que ele veio à Terra e viveu perseguido pelos seres das trevas, até a morte. Quando seu espírito separou-se do corpo, ainda permaneceu perseguido. Então correu e, dentro da mata, se atirou dentro de um olho d’água. Seus perseguidores já festejavam a vitória, quando chegou Ogum montado em seu cavalo branco e, estendendo-lhe a mão, levantou-o tirando-o para fora da água. Purificado pelas águas, ele apresentou sua verdadeira essência e o brilho dourado de seu coração, iluminou a mata inteira, com todos os seres que estavam dentro. Diz-se que seu coração é um tesouro escondido no meio da floresta, no qual está guardado o verdadeiro conhecimento espiritual que não emana da mente e sim do coração. Ele é o guerreiro sem lança. Suas cores são o verde e o amarelo.

Ogum

Flores da classificação:

Cipó Imbé, Cipó Imperial, Helicônia, Garrafinha, Lacre, Jucá, Espada de São Jorge.

É o grande general do reino da luz. Sua força está expressa no metal e no fogo que o forja. Sua imagem é a de um guerreiro com capacete, escudo, lança ou espada, montado num cavalo branco. Ele é o guardião do reino da luz. Todo ser das trevas que deseja penetrar no reino da luz, deve ser subjugado por sua lança. O atributo divino que está relacionado a ele é o rigor. Ele rasga os véus, rompe as barreiras e acerta o passo. Suas cores são o vermelho e o azul rei.

Obaluaê

Flores da classificação:

Andiroba, Marupá Branco, João Brandim, Flor de Pau Amarela, Cogo Rei, Lacre, Japana Roxa,Tabaco,.Café e Cupuaçú.

 

Ele representa a cura, a morte e a ressurreição, o preto e o branco, a redenção das culpas e a misericórdia. Obaluaê é o médico espiritual. Sua imagem está coberta de palha para esconder suas chagas, e, através delas, comunica o branco de sua luz interior com o preto das trevas da doença. Seu elemento é a terra. Terra que sepulta, que gera e que prolifera vida nova. Ele é a mão estendida a todo aquele que deseja se redimir de suas culpas.

Nanã

Flores da classificação:

Castanheira, Pau d’Arco Roxo,  Pétala de Mamãe Velha, Flor Boa, Flor de Nanã, Lilás da Mata,  Inayinthi-Ion, Flor de Janeiro, Trouxa de Velho, Café, e Urucum.

Nanã é a Mamãe Velha, a mãe das mães. Manifesta-se como o aspecto feminino da Terra, representando a origem, a fecundidade, a generosidade, o perdão e a humildade. Ela é a mãe da floresta e de todas as águas. Toda a vida que nasce provem dela e, nela, toda a vida que morre se sepulta, e todas as almas obscuras encontram abrigo. Através do mistério do perdão, ela tudo transmuta em fecunda generosidade, que abriga, nutre e protege. Suas cores são o roxo e o violeta da transmutação.

Jurema

Flores da classificação:

Cipó Imperial, Cocar da Jurema,  Rainha, Trombeta e Japana Roxa.

Na mitologia da floresta, ela manifesta o espírito feminino da grande mãe floresta e é identificada como a Rainha da Floresta, que simboliza a alquimia do coração da mãe divina. Sua imagem é representada por uma guerreira de arco e flecha, cujo fundamento se traduz na lenda da caçadora, que caça as almas que vagueiam pela escuridão, trazendo-as para dentro do próprio coração. À luz do seu poderoso amor – chama que aquece e transforma, apurando a pureza dos corações – ela processará a obscuridade daqueles seres, abrindo canais para a comunicação com a luz, até que seu amor seja capaz de dominar os impedimentos, transmutar, libertar, iluminar. Jurema é a guardiã do mistério sagrado que resulta na vitória do amor e da luz, na harmonia silvestre. Ela traz conhecimento profundo. Sua presença no rol dos orixás representa um novo sincretismo que une a Linha de Jurema – de raiz brasileira, com as linhas de fundamento afro.

Oxum

Flores da classificação:

Castanheira, Pétala de Mamãe Velha, Concha Lilás, Mimo, Hipolila, Lacre, Malvina, Coeirama, Açucena, Cactus Palma, Colônia e Oxum Amarela.

Ela é a mãe das águas doces, e manifesta o atributo divino da caridade. Sua função é lavar, confortar, purificar. Sua cor é o amarelo claro do brilho do sol refletido nas águas. Possui várias manifestações, conforme o ponto do percurso das águas que correm na natureza, e cada uma delas apresenta atributos particulares que decorrem do principal.

• Oxum Menina do Olho d’Água – Pureza
• Oxum da Beira do Rio – Claridade, clarividência, lava a visão, dissipa os enganos.
• Oxum da Cachoeira – Síntese de todas as Oxuns, Mãe da caridade, lavação.
• Oxum do Fundo do Rio – É a Oxum velha que habita o leito dos rios e trabalha no polimento fino do sentimento e da memória.
• Oxum Menina da Beira do Mar – É a mesma Iemanjá Menina que se transforma no encontro das águas. Ela é quem despacha tudo que a Oxum lavou, e entrega à Iemanjá, para a purificação final.

Oxumaré

Flores da classificação:

Pantelini, Chapéu de Couro e Cambraia.

É talvez o mais misterioso ser desta mitologia. Nas origens africanas ela é representada por uma cobra de duas cabeças, uma feminina e outra masculina. Muitos a consideram um ser masculino, pois ela traz em si a dualidade. Em nossa mitologia ela representa a Oxum do Pé da Cachoeira, aonde o sol se encontra com as águas e forma o arco-íris, que é a ponte de ligação com a morada do Pai. O arco-íris, filho de Oxumaré com o sol, é o lado masculino que vive nela. Oxumaré manifesta a energia da paz, pois une dois planos opostos e se realiza na união de todas as cores do espectro solar.

Iemanjá

Flores da classificação:

Benguê, Clysthium, Espada de São Jorge e Espinheira Santa.

A síntese de todas as mães, Iemanjá manifesta o atributo da piedade divina. Toda limpeza e purificação se resumem nela, pois, representada como a Rainha do Mar, recebe em suas águas todas as impurezas e as transmuta pela ação do sal , devolvendo-as, transmutadas, para o Sol. Seu poder de purificação é ilimitado. Ela é dadivosa e expansiva. Sua cor é o azul celeste. No sal de suas águas se encerra o fundamento de sua piedade, que habita no fundo do mar. Iemanjá Menina ou Janaína está na beira do mar, despachando as impurezas lavadas pelas águas doces e entregando-as à Iemanjá para serem purificadas.

Iansã

Flores da classificação:

Vaso Perfumoso, Brinco de Princesa da Mata, Balum, Pantelini, Inayinthi-Ion, Pimenta D’Água, Amor Agarradinho, Flor de Janeiro, Shaimanaium Hainah e Urucum.

Símbolo da limpeza que acompanha a justiça, ela abre a comunicação para que se apresente a ordem divina. Está representada na força dos raios, dos ventos e das tempestades. Seu mistério está relacionado ao de Xangô, com sua voz que fala pelo trovão. É Iansã quem traz o entendimento da comunicação, desfazendo os mal-entendidos e removendo os impedimentos. Com seu raio ela movimenta as forças no rumo do despertar da vontade adormecida.

Exú

Flores da classificação:

Antúrio Bravo, Maracujá Vermelho e Pequiarana da Várzea.

Orixá Menor. Mensageiro dos Orixás no contato com a humanidade; força primitiva; canal de comunicação do aspecto obscuro, negativo, com o aspecto positivo, luminoso, para a evolução da alma que habita o mundo material.